segunda-feira, 25 de abril de 2011
quinta-feira, 8 de outubro de 2009
Alguns fios da rede de conhecimento: tecnologia, cotidiano e afeto.
ações de aceitar o outro
como um legítimo outro na convivência.”
Maturana, 2002
A tecnologia faz parte de nosso cotidiano mas como acontece e como lidamos com isso? Partindo de nossas próprias práticas, como diz Barbosa (2002): “(...) cada produto (e/ou) regra comporta tantas formas de uso quantos são os sujeitos que o utilizam”. (1) E muitas vezes a objetividade científica não consegue ver e ou reconhecê-las. Volto a cidade de Ji-Paraná (no interior de Rondônia, BR), onde trabalhei como Orientadora Pedagógica do projeto SESC-LER (2) (alfabetização de jovens e adultos).
No início da implementação do projeto, para divulgá-lo, utilizei vários recursos disponíveis na cidade. Dei entrevistas às rádios, à televisão, mas descobri que, talvez, a ação mais eficaz seria a fórmula mais antiga: bater de porta em porta explicando o projeto. Fui até onde trabalhavam, sob sol ardente, grupos de pessoas limpando e roçando as ruas. É provável que isso seja impossível de imaginar no nosso cotidiano urbano, mas lá isso era muito importante e significativo.
A turma teve início com 26 alunos, entre 20 e 66 anos de idade, e em poucos dias percebi que não seria suficiente ensinar a ler e escrever. As necessidade de alfabetização eram outras, bem maiores... Como diz Alves (1998) (3):
“É preciso compreender, ainda, que aos contextos cotidianos correspondem processos educativos múltiplos que estão presentes nos diferentes e diversos espaços/tempos, institucionalizados ou não, de educação e de tessitura de conhecimento”
Um estudante estava faltando muito às aulas. Quando retornou, conversamos e pedi que me telefonasse, quando precisasse faltar.
“E eu lá sei mexer com esse troço, professora?”, disse ele.
“Como, Seu Francisco? O senhor não sabe usar o telefone?”
“Eu não! Ainda mais agora com esse tal de cartão!”
Fiquei pasma, acho que por alguns segundos. Mas logo disse, sorrindo:
“Bom, então vamos resolver esse problema. Alguém mais não sabe usar o telefone?”
Outros levantaram a mão e percebi que alguns ficaram com vergonha. Mas sabia que, de alguma forma, eles utilizavam essa tecnologia. Então perguntei como o faziam, e as respostas revelaram que dependiam do auxílio de outras pessoas, e para isso andavam com uma “cola” do número no bolso.
Eles não dominavam recursos tecnológicos da modernidade do modo convencional, mas os desafios faziam com que descobrissem outros usos e formas alternativas de lidar com a tecnologia, sobrevivendo e superando o analfabetismo funcional e tecnológico a que eram relegados. Mas era visível que, na sociedade letrada e tecnologizada em que vivemos, o que restava para eles era ficar à margem e dependentes.
domingo, 4 de outubro de 2009
Curso Nte
É com pesar que percebo que muitos colegas, ainda não puderam participar dessa formação continuada, seja por opção prória (uma vez que não despertaram para uma atitude de formação continuada), seja por imcompatibilidade de horários (uma vez que uma grande quantidade de administradores, e aqui um desabafo, não permite que nos afastemos em função de cursos e etc. nem está preocupado com a qualidade das aulas de seus professores, muito menos com a qualidade de nossa formação profissional).
As atividades desenvolvidas, as discussões orientadas por nossa excelente professora, a troca de experiências com os colegas (amigos) da turma, tem sido o diferencial num curso de informatica educativa e me conduzido a navegar nas ondas da imaginação.
uma poesia...
Vinícius de Moraes
Uma coisa é um pássaro que voa.
Outra um avião. Assim, quem o prefere
Não sabe às vezes como o espaço fere
Aquele, um vi morrer, voando à toa
Um dia em Christ Church Meadows, numa antiga
Tarde, reminiscente de Wordsworth...
E tudo o que ficou daquela morte
Foi um baque de plumas, e a cantiga
Interrompida a meio: espasmo? espanto?
Não sei. tomei-o leve em minha mão
Tão pequeno, tão cálido, tão lasso
Em minha mão... Não tinha o peito de amianto.
Não voaria mais, como o avião
Nos longos túneis de cristal do espaço...
Como pode o avião, (tão pesado!) voar?
De uma forma simplificada, o avião, Inicialmente, precisa alcançar uma certa velocidade, para que então, as asas consigam sustentá-lo no ar. Esse valor inicial é o limite de velocidade que deve ser mantido enquanto o avião estiver no ar.
Para alcançar essa velocidade, o avião possui os motores a jato ou então as hélices, cuja função é estabelecer uma forte corrente de ar para trás, que (de acordo com a terceira lei de Newton: Ação e reação) faz com que a aeronave seja empurrada para frente. Batendo as asas, os pássaros também empurram ar para trás e para baixo, e conseguem se locomover no ar.
Quatro forças estão envolvidas no processo do vôo: a sustentação, o arrasto, a tração e o peso.
Há muitas outras variáveis físicas envolvidas.
Se você estiver interessado em aprofundar mais estes conceitos, acesse o linkhttp://www.if.ufrgs.br/tex/fis01043/20031/Andre/index.htm
terça-feira, 29 de setembro de 2009
Sociedade da Aprendizagem e a "minha realidade escolar": conflitos e alternativas
Maritana Teixeira
A sociedade da aprendizagem confronta as demandas de aprendizagem com uma nova forma de gerenciar e acessar a informação, bem como transformá-la em conhecimento. Por um lado, percebem-se dados de fracassos de aprendizagem, por outro, o advento e crescente aumento de tecnologias da informação e comunicação têm proporcionado a grande parte da população acessar uma diversidade de informações.
Na minha realidade escolar, como professora de uma escola pública que possui uma sala “multifuncional” (laboratório de informática, sala de leitura e de vídeo), convivo com os já conhecidos problemas estruturais, sociais, afetivos e cognitivos. Em conversa informal com os professores que atuam diretamente nesse espaço, encontrei relatos parecidos com os apontados nos textos tanto na questão da resistência em permitir a comunidade escolar uma interação cm os equipamentos tecnológicos disponíveis (temendo algum dano material), como na relutância dos próprios professores em usar os recursos tecnológicos. Dos professores, também em conversas informais, percebi um descrédito em atuar numa aula diferente da tradicional, seja num simples vídeo ou num acesso a Internet.
Pesquisas mostram resultados promissores quando as tecnologias de informação e comunicação (TICs) são utilizadas de forma adequada, que oriente o uso para a aprendizagem, o exercício da autoria e o desenvolvimento de produções em grupo. Entretanto, embora os estudantes e os professores demonstrem conhecer e utilizar diversas tecnologias (computadores, Ipod`s, celulares, etc), este uso dificilmente se dá no âmbito da transformação das informações trocadas em conhecimento.
Os textos apontam que a discussão sobre o que são exatamente as novas tecnologias aplicadas na educação, não é algo recente, (no Brasil o primeiro projeto público data de meados dos anos 80). E trecho da entrevista do economista Ladislau Dowbor, ele cita que assim como há um tempo houve um aumento da densidade de máquinas, hoje vivemos um aumento da densidade conhecimento, não só na área escolar como em vários setores. As tecnologias da informação tornaram acessíveis uma diversidade abrangente de informações. Porém o uso das tecnologias a favor da aprendizagem, ainda é uma equação difícil para muitos educadores (e aqui não me excluo)
O conhecimento, hoje é algo extremamente mutável, inacabado em constante reestruturação Neste contexto, caberá a escola novas competências e mais somente a transmissão passiva de conhecimentos. Mas, organizar, selecionar e por à disposição dos estudantes informações globalizadas. Promover competências e habilidades que permitam formar um cidadão democrático para a atualidade e o futuro, com condições de dialogar com as incertezas que esta realidade tecnológica têm nos proporcionado e as que ainda nos proporcionará. E, caberá a nós, professores uma tomada de atitude em busca de constante formação a fim de capacitar os futuros cidadãos, com estratégias de aprendizagem, tornando-os mais eficazes e autônomos.
Referências:
Entrevista de Maria Elizabeth B. de Almeida sobre o tema “ Tecnologias trazem o mundo para a escola, 2008”