quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Alguns fios da rede de conhecimento: tecnologia, cotidiano e afeto.





“O amor é a emoção que constitui as
ações de aceitar o outro
como um legítimo outro na convivência.”
Maturana, 2002




A tecnologia faz parte de nosso cotidiano mas como acontece e como lidamos com isso? Partindo de nossas próprias práticas, como diz Barbosa (2002): “(...) cada produto (e/ou) regra comporta tantas formas de uso quantos são os sujeitos que o utilizam”. (1) E muitas vezes a objetividade científica não consegue ver e ou reconhecê-las. Volto a cidade de Ji-Paraná (no interior de Rondônia, BR), onde trabalhei como Orientadora Pedagógica do projeto SESC-LER (2) (alfabetização de jovens e adultos).
No início da implementação do projeto, para divulgá-lo, utilizei vários recursos disponíveis na cidade. Dei entrevistas às rádios, à televisão, mas descobri que, talvez, a ação mais eficaz seria a fórmula mais antiga: bater de porta em porta explicando o projeto. Fui até onde trabalhavam, sob sol ardente, grupos de pessoas limpando e roçando as ruas. É provável que isso seja impossível de imaginar no nosso cotidiano urbano, mas lá isso era muito importante e significativo.
A turma teve início com 26 alunos, entre 20 e 66 anos de idade, e em poucos dias percebi que não seria suficiente ensinar a ler e escrever. As necessidade de alfabetização eram outras, bem maiores... Como diz Alves (1998) (3):
“É preciso compreender, ainda, que aos contextos cotidianos correspondem processos educativos múltiplos que estão presentes nos diferentes e diversos espaços/tempos, institucionalizados ou não, de educação e de tessitura de conhecimento”
Um estudante estava faltando muito às aulas. Quando retornou, conversamos e pedi que me telefonasse, quando precisasse faltar.
“E eu lá sei mexer com esse troço, professora?”, disse ele.
“Como, Seu Francisco? O senhor não sabe usar o telefone?”
“Eu não! Ainda mais agora com esse tal de cartão!”
Fiquei pasma, acho que por alguns segundos. Mas logo disse, sorrindo:
“Bom, então vamos resolver esse problema. Alguém mais não sabe usar o telefone?”
Outros levantaram a mão e percebi que alguns ficaram com vergonha. Mas sabia que, de alguma forma, eles utilizavam essa tecnologia. Então perguntei como o faziam, e as respostas revelaram que dependiam do auxílio de outras pessoas, e para isso andavam com uma “cola” do número no bolso.
Eles não dominavam recursos tecnológicos da modernidade do modo convencional, mas os desafios faziam com que descobrissem outros usos e formas alternativas de lidar com a tecnologia, sobrevivendo e superando o analfabetismo funcional e tecnológico a que eram relegados. Mas era visível que, na sociedade letrada e tecnologizada em que vivemos, o que restava para eles era ficar à margem e dependentes.

domingo, 4 de outubro de 2009

Curso Nte


Este Blog foi criado como atividade do Curso Tecnologias na Educação: ensinando e aprendendo com as TIC's. Chegando a reta final do curso, já com um gostinho de saudade, expomos através do blog algumas de nossas atividades.

É com pesar que percebo que muitos colegas, ainda não puderam participar dessa formação continuada, seja por opção prória (uma vez que não despertaram para uma atitude de formação continuada), seja por imcompatibilidade de horários (uma vez que uma grande quantidade de administradores, e aqui um desabafo, não permite que nos afastemos em função de cursos e etc. nem está preocupado com a qualidade das aulas de seus professores, muito menos com a qualidade de nossa formação profissional).

As atividades desenvolvidas, as discussões orientadas por nossa excelente professora, a troca de experiências com os colegas (amigos) da turma, tem sido o diferencial num curso de informatica educativa e me conduzido a navegar nas ondas da imaginação.

Tana Teixeira

uma poesia...

SONETO COM PÁSSARO E AVIÃO
Vinícius de Moraes

Uma coisa é um pássaro que voa.
Outra um avião. Assim, quem o prefere
Não sabe às vezes como o espaço fere
Aquele, um vi morrer, voando à toa
Um dia em Christ Church Meadows, numa antiga
Tarde, reminiscente de Wordsworth...
E tudo o que ficou daquela morte
Foi um baque de plumas, e a cantiga
Interrompida a meio: espasmo? espanto?
Não sei. tomei-o leve em minha mão
Tão pequeno, tão cálido, tão lasso
Em minha mão... Não tinha o peito de amianto.
Não voaria mais, como o avião
Nos longos túneis de cristal do espaço...

Como pode o avião, (tão pesado!) voar?

Se você respondeu, devido às asas... Sim, elas exercem um papel fundamental no vôo, mas será só por isso? Bem, há mais alguma coisa.
De uma forma simplificada, o avião, Inicialmente, precisa alcançar uma certa velocidade, para que então, as asas consigam sustentá-lo no ar. Esse valor inicial é o limite de velocidade que deve ser mantido enquanto o avião estiver no ar.
Para alcançar essa velocidade, o avião possui os motores a jato ou então as hélices, cuja função é estabelecer uma forte corrente de ar para trás, que (de acordo com a terceira lei de Newton: Ação e reação) faz com que a aeronave seja empurrada para frente. Batendo as asas, os pássaros também empurram ar para trás e para baixo, e conseguem se locomover no ar.
Quatro forças estão envolvidas no processo do vôo: a sustentação, o arrasto, a tração e o peso.
Há muitas outras variáveis físicas envolvidas.
Se você estiver interessado em aprofundar mais estes conceitos, acesse o linkhttp://www.if.ufrgs.br/tex/fis01043/20031/Andre/index.htm